ABRUPTO

7.2.05


APRENDENDO COM S. TOMÁS DE AQUINO ACERCA DA CONSULTA AOS ASTROS

Antes de tudo, é necessário que saibas que a virtude dos corpos celestes se estende à moção dos corpos inferiores. Com efeito, disse Santo Agostinho no livro quinto d´A Cidade de Deus: “Definitivamente, nem sempre é absurdo dizer que determinados astros podem ocasionar mudanças nos corpos”. E assim, se alguém recorre aos julgamentos dos astros para conhecer de antemão certos efeitos corporais, como a tempestade ou a serenidade do tempo, o vigor ou a fraqueza de um corpo, a fecundidade ou infecundidade das colheitas, e coisas similares, que dependam de causas corporais e naturais, não parece haver pecado. Pois, todos os homens recorrem a alguma observação dos corpos celestes em vista de conhecer efeitos deste tipo: os agricultores semeiam e colhem em períodos exatos após a observação do movimento do sol; os marinheiros evitam navegar quando a lua está cheia ou nas noites sem lua; os médicos examinam as doenças em dias específicos, determinados pelo curso do sol e da lua. Donde não há inconveniente na consulta aos astros com relação a efeitos corporais, fundada na observação de estrelas menos evidentes.

Mas é preciso absolutamente compreender que a vontade do homem não está sujeita à necessidade dos astros; de outro modo, pereceria o livre arbítrio, e sem este, não se poderiam atribuir as boas ações ao mérito do homem, nem as más à sua culpa. E, por esta razão, todo cristão deve ter por certo que o que depende da vontade do homem — todas as obras humanas são desta espécie — não está submetido à vontade dos astros. Por isso lemos nas Escrituras (Jr. 10, 2): Não vos espanteis com os sinais dos céus; porque com eles os gentios se atemorizam.


*
O meu nome é Ricardo Fidalgo, tenho 31 anos e exerço a profissão de Astrólogo, cumulativamente com a de Advogado.

Gostaria de lhe deixar uma frase que, de uma maneira geral, é aceite pela comunidade astrológica quando se debate a questão das previsões astrais: o que se prevê não é o resultado. É o desafio a enfrentar. Pelo que o livre arbitrio não é, em nenhum momento, posto em causa. Agora, o que pode, e muitas vezes assim sucede, acontecer é que face a determinado tipo de desafio o ser humano reaja de uma determinada maneira padronizada, sem que tal queira significar que em todos os casos tenhamos a mesma reacção.

Li alguns posts seus relacionados com Astrologia, e gostava de lhe dizer que a comunidade astrológica a nivel mundial cresce, não só em numero, mas tambem em profissionalismo e em capacidade de testar criticamente qualquer método (e existem muitos) astrológico de modo exaustivo. Claro que isso não resolve a questão de “acreditar” ou não na Astrologia enquanto método eficiente. Para isso, só há uma solução, para quem nisso tiver interesse: pegar em livros. Lê-los. Testar ao máximo o que se leu. E assim continuar durante um bom par de anos. Caso contrário vamos continuar com o tipo de atitude que vejo, por exemplo, numa televisão como a TVI, que num dia leva um Astrólogo ao Jornal da noite, e no seguinte transmite uma reportagem a desacreditar a Astrologia.

E já agora, nunca é demais realçar, que Astrologia é uma coisa, Bruxaria, Tarot, Reiki, Quiromância, e por aí fora, coisas totalmente distintas. Sem menosprezar qualquer das outras áreas em causa, meter tudo no mesmo saco só serve para confundir ainda mais quem não faz a minima ideia do que é Astrologia, e de como funciona.
(Ricardo Fidalgo)

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Perante textos como aquele que o seu leitor Ricardo Fidalgo lhe enviou, referente à Astrologia, fico sempre com a mesma dúvida: terá ele porventura lido livros sobre Bruxaria, Tarot, Reiki, Quiromância e por aí fora, testado ao máximo o que leu e assim continuado durante um bom par de anos para concluir que são «coisas totalmente distintas» da Astrologia? Caso contrário, como é que ele sabe?
(José Carlos Santos)

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Li o suficiente para ter a certeza de que o(s) método(s) astrológico(s) é(são) totalmente distinto(s). Não é necessário ler muitos livros para tirar essa conclusão. E reafirmo o que já disse: não pretendo, de forma nenhuma, menorizar qualquer das outras áreas mencionadas, sobre elas não me pronunciando dado faltar-me o conhecimento aprofundado, teórico e prático, que tal exigiria. Não faz mal nenhum termos opiniões abstractas sobre o que quer que seja. Mas ás vezes convinha descer á terra, meter mãos á obra, e Conhecer aquilo de que se quer falar. Conhecer, mesmo! E a informação está disponivel, não há nada de oculto.
(Ricardo Fidalgo)

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No seu comentário ao texto de S. Tomás de Aquino, o Sr. Ricardo Fidalgo (...) começa bem quando nos adverte que o número crescente de ignorantes que aderem à comunidade astrológica não serve de critério para a credibilizar, mas acaba mal, ao insinuar que o estudo da astrologia e o teste das suas previsões nos convenceriam da sua real natureza de ciência. Erro puro.

Comecemos pelas previsões:

Um dos ensinamentos elementares da estatística é o de que é extraordinariamente provável a ocorrência conjunta de dois factos improváveis. E se a associação entre os dois factos é estabelecida a posteriori, então deixa de ser uma probabilidade, para passar a ser uma certeza.

Ilustremos o que pretendo dizer. Logo a seguir ao 11 de Setembro, circularam pela net mails que salientavam as impressionantes coincidências registadas. Tão impressionantes, que não poderiam ser meras coincidências. Lembro-me que se dizia nesses mails, entre outros disparates, que o atentado tinha ocorrido no dia 11, precisamente o número formado pelo desenho das Torres e o número de letras contido na expressão “New York City”. O que não poderia deixar de envolver uma espécie de enorme sinal dos céus.

Obviamente que se o atentado tivesse ocorrido no dia 2, se diria que as Torres formavam o número 2 romano e se fosse no dia 7, quem passava a ter 7 letras era a simples expressão “New York”.

Quando se quer associar, pode-se associar qualquer coisa.

Aquando do atentado de que foi vítima Ronald Reagan, li na altura um artigo qualquer que salientava a trágica fatalidade de todos os presidentes dos EUA eleitos em ano zero (Reagan tinha sido eleito em 1960) estarem condenados a não completar o mandato. No artigo dizia-se “todos” e citava-se Kennedy (eleito em 1960). Não sei se aquela afirmação era verdadeira. Com o próprio Reagan e com Bush deixou de o ser*. Mas mesmo que o fosse isso não tinha nada de extraordinário. Em duzentos anos de História, terá havido uma dezena de presidentes dos EUA eleitos em ano zero. Esses presidentes, de certeza absoluta, têm milhares de coisas em comum. Que uma delas seja terem morrido antes de concluído o mandato é apenas mais uma. Tanto mais quanto é certo ser a morte segura e que todos eles dispuseram de 4 anos para cumprir o destino.

Todo este discurso, para concluir que não são meia dúzia de pseudo-previsões correctas (no meio de milhares de outras falhadas e habilmente esquecidas) que fazem da astrologia uma ciência. Sobretudo quando nessas previsões cabe tudo. Dizer-se que o Papa vai morrer em 2005 não é lá grande previsão (embora também o não fosse desde há uma boa meia dúzia de anos). Mas a maioria dos astrólogos limita-se a anunciar que vai morrer uma importante personalidade da Igreja Católica, o que não passa de uma banalidade.

Mesmo que um astrólogo tivesse acertado na previsão do dia, hora e dimensão do tsunami que varreu o oriente no fim do ano passado (um facto com a dimensão trágica daquele não podia deixar de estar inscrito nos astros com toda a clareza e visibilidade, para quem o soubesse ler), isso não bastaria para fazer da astrologia uma ciência.

Em primeiro lugar, era necessário que todos os astrólogos o tivessem previsto ou que, pelo menos, tivessem sabido reconhecer a sua inevitabilidade quando algum deles o anunciasse. É assim que se passa na verdadeira ciência. Um eclipse que é previsto por um astrónomo pode ser previsto e confirmado por todos. Ora, cada astrólogo faz as suas previsões e raramente (nunca, quando se desce ao nível do concreto) elas são coincidentes.

Em segundo lugar, não basta uma previsão certa. Todas as previsões têm que ser certas. Se uma só observação astronómica puser em causa as previsões decorrentes da teoria da relatividade de Einstein, esta será imediatamente posta em causa, como o foi a teoria da gravidade de Newton.

Contudo, a astrologia farta-se de falhar, sem que nenhum astrólogo a ponha em causa as suas bases.

É certo – como se apressarão a observar-me alguns – que a meteorologia também falha as suas previsões e eu não ponho em causa a sua natureza de ciência. Simplesmente, a meteorologia é (ao contrário da astrologia) a primeira a reconhecer a sua incapacidade para fazer previsões fiáveis. Por outro lado, os seus métodos são públicos e transmissíveis. Sabe-se quais as bases em que se fundam as previsões e a natureza incompleta dessas bases, que torna aquelas falíveis. Mas dois especialistas em meteorologia, partindo das mesmas observações, chegam às mesmas previsões. Não assim na astrologia, onde, com base nos mesmo dados, cada um chega às mais variadas conclusões.

Finalmente, a acabar, uma nota sobre o ónus da prova: é comum ouvir-se por aí, a propósito da astrologia, que não devemos desprezar uma ciência que não conhecemos e que ninguém provou que ela era falsa.

O ónus da prova cabe à astrologia, não à ciência. É a astrologia que tem que provar que é verdadeira, não a ciência, que ela é falsa. Eu posso sustentar a tese que cada um de nós é permanentemente seguido por um gnomo verde que só o próprio pode ver, mas que desaparece assim que tentamos voltar-nos, para o observar. Ninguém jamais demonstrará a falsidade desta tese.

* Os astrólogos dirão que, crente na astrologia, Reagan tomou as providências adequadas para quebrar o enguiço, não conseguindo evitar o atentado contra si mesmo, mas conseguindo evitar nele a própria morte e quebrando por essa via definitivamente o dito enguiço.
(António Cardoso da Conceição)

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A LER

o blogue colectivo do Diário de Campanha da SIC.

Há várias razões pelas quais é interessante seguir o blogue dos jornalistas da SIC que cobrem a campanha, uma iniciativa pioneira em Portugal. Uma, é que no blogue há informação suplementar interessante (por exemplo, no comício do PSD, o facto de Santana Lopes não ouvir os que o precedem e o momento cénico da sua entrada, o retrato físico dos apoiantes transmontanos do PP, a descrição da debandada pós-comício para as camionetas e a banda que o sr. Presidente da Câmara arranjou para o PS); a outra é perceber o papel das opiniões dos jornalistas por detrás no seu relato dos eventos.

Os jornalistas, ao falarem na primeira pessoa, expõem-se assim mais humanamente, mas até que ponto isso condiciona a nossa interpretação que não testemunhamos os eventos e esperamos deles que nos informem? Por exemplo, já se percebeu que Ricardo Costa tem em alta consideração a campanha do PP (no que não é único). Mas será ele capaz de “ver” se ela é eficaz, será ele capaz de registar e relatar tudo aquilo que contraria a sua opinião, como se aferirão os relatos que nos faz com os resultados eleitorais, se estes forem contraditórios? Por exemplo, nenhum partido mais que o PP tem utilizado o governo para fazer campanha eleitoral, o que parece que ninguém vê com o mesmo "escândalo" fácil das tentativas bisonhas do PSD. Dualidade de critérios.

O meu receio não é tanto a opinião pessoal, que prezo e leio com atenção, é o bias que ela pode dar ao relato, assim como o papel de “cegueira” que tem uma teoria, ou uma ideia forte à partida, face ao que acontece depois. Recordo-me que, numa última campanha eleitoral, os comentadores do Público deram sempre mais notas negativas à campanha dos vencedores, e mais positivas à dos derrotados e, embora uma boa campanha não possa ser medida apenas pela sua eficácia, esse elemento tem que ser tido em conta.

Eu preferiria que os jornalistas não tivessem teses à partida, mas que todos os dias flutuassem a sua apreciação em função do que acontece. Eu sei que não é fácil, mas é isso que distingue um jornalista de um comentador, embora cada vez mais os jornalistas se comportem como comentadores. As campanhas eleitorais anteriores estão cheias disso – e não me refiro apenas às simpatias políticas, mas também às simpatias pessoais, às amizades, à empatia e ao conhecimento desigual dos assuntos e das terras, etc. - e, como não se faz nenhuma aferição a posteriori entre o relato (o reporting) e os eventos, e não há tradição de fact checking, depois esquece-se tudo.

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Não acho interessante o Diario de campanha da Sic. Tudo "velho". Basta ver a própria reportagem. Durante o comicio de Castelo Branco do PSD Anabela Neves, dá-se ao luxo de comentar o que se está ouvindo fazendo gracejos! Não é líquido dizer que Santana Lopes não ouve o que os seus antecedores dizeram. EStava certamente vendo e ouvindo a SIC. Tanto assim que durante o discurso se referiu ao que Ricardo Costa tinha acabado de dizer sobre os autocarros e sobre a interpretação que Ricardo Costa tinha dado. Ver a SIC, ler a VISÃO, ou ler o EXPRESSO é completamente igual. Não é necessário ir ler o blogue dos jornalistas da SIC. A unanimidade é tão grande que me pergunto: será que pensam? Ou como Sócrates decoram o discurso?
(Isabel Moreira)

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Algumas notas que me parecem pertinentes a propósito do seu texto sobre o blogue dos jornalistas da SIC:

1 - "O meu receio não é tanto a opinião pessoal, que prezo e leio com atenção, é o bias que ela pode dar ao relato, assim como o papel de “cegueira” que tem uma teoria, ou uma ideia forte à partida, face ao que acontece depois".
Creio perceber aqui alguma incongruência entre o que diz agora e o que disse já vezes sem fim - é aliás um dos seus rituais favoritos - sobre a transparência do jornalismo português. Será que uma acção destas (a criação do blog) não apresenta aos leitores/ouvintes/telespectadores uma imagem mais complexa e (eventualmente) mais próxima do real sobre a actividade? E será que isso não contribui, de forma significativa, para humanizar o exercício da profissão, com todas as limitações, pre-concepções e também vantagens e perspicácia-nascida-da-experiência que isso encerra? E será que não é por algo em torno destas linhas que o Sr. se tem batido de forma tão persistente nos últimos tempos?

2 - "Eu preferiria que os jornalistas não tivessem teses à partida, mas que todos os dias flutuassem a sua apreciação em função do que acontece".
O que JPP prefere não é disputável. Eu também preferiria políticos, médicos, juízes, militares, polícias, arquitectos, historiadores e até mesmo enólogos e cozinheiros que não as tivessem. Mas isso não se passa cá, no mundo real. É portanto, um argumento pouco honesto.

"Eu sei que não é fácil, mas é isso que distingue um jornalista de um comentador" - nem isto é verdade nem a anexação de uma falácia a outra dignificam o texto final. JPP tem - desculpe-me a franqueza - muitas ideias feitas sobre o jornalismo e não se terá ainda concedido o espaço necessário para o encarar (pelo menos) com o distanciamento que para ele deseja. Precisará de ler mais, de ouvir com mais atenção e de conceber a possibilidade do engano (seja por exagero fruto de desconhecimento, como acontece no mais das vezes, seja mesmo por deliberada malícia). O jornalista é - até efectivação das ideias mais vanguardistas de Dan Gillmor - um profissional que apresenta aos seus leitores/ouvintes/telespectadores uma visão dos factos que testemunhou. Sobre mim, leitor/ouvinte/telespectador, tem a vantagem de algumas competências acrescidas, de um código deontológico rigoroso e da experiência em situações semelhantes. É por isso que confio no seu trabalho. Além disso, o jornalista tem a noção clara de que tudo o que faz é e pode ser permanentemente escrutinado. Este é, como muitos outros, um terreno de confiança simultaneamente em causa e partilhada.

3 - Há simpatias pessoais. Haverá, certamente. Que sejam denunciadas por quem não se revê nelas e que sejam apontadas as infracções. Se o processo for honesto, acredito que sai beneficiado o jornalismo e a tal relação de confiança com quem justifica a sua existência. Não se tente, porém, simplificar o que não é. Não se caia no erro de pensar que o jornalismo deve ser apenas recurso tecnológico facilitador do fluxo de informação. Que ele seja muitas vozes, de sinal contrário, sempre e cada vez mais. É sinal de pluralidade e de interesse acrescido no que é comum.

4 - Não conheço pessoalmente nenhum dos jornalistas da SIC envolvidos na cobertura desta campanha eleitoral.
(luis antónio santos)

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NATUREZA MORTA CREPUSCULAR

Da esquerda para a direita: a mesma pilha de jornais e revistas, em cima a Revista de História das Ideias, sobre a pilha um disco de Haydn já ouvido, um jogo de computador antigo Command and Conquer Generals, um bilhete do metro do Porto que diz Andante, a mão esquerda, uma lupa, uma caneta, uma tesoura, um lápis, zips, uma reprodução de um quadro de Corot para colocar no Abrupto, um texto de um autor antigo que começa assim “Deixei de ter confiança, daí o silêncio”, outro texto com um fragmento de uma carta de Heloísa a Abelardo

Se efectivamente tenho de confessar a fraqueza do meu coração, em mim não encontro arrependimento que possa apaziguar Deus e sempre O acuso de grande crueldade para contigo. Rebelde à Sua vontade, não faço mais que ofendê-l'O com o murmúrio da minha indignação, em vez de tentar serená-l'O pela minha penitência. Pode falar-se de penitência, seja qual for o tratamento infligido ao corpo, quando a alma ainda mantém a vontade de pecar e arde nos mesmos e antigos desejos? É fácil, sem dúvida, confessar as suas faltas e acusar-se ou submeter até ao seu corpo a macerações externas; mas bem difícil é arrancar a sua alma aos desejos das mais doces volúpias.

, um “leitor” com um livro aberto de pedra, água, um telefone sem som, um dado viciado, uma pequena estação meteorológica com relógio –dezasseis e doze, dezoito graus dentro da sala, perto de mim, quinze graus lá ao fundo, lá fora oito – azul e branco do céu em frente, um cúmulo-nimbo ameaçador que se vai dissipando, verde das árvores mais escuro, o vermelho dos telhados mais tijolo, um ecrã com texto, os mesmos dois olhos, um rato, uma ligação Bluetooth desligada, a mão direita, algumas moléculas de laranja no ar.

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OUVINDO HAYDN POR BRENDEL


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NATUREZA MORTA MATINAL

Da esquerda para a direita: uma pilha de jornais e revistas com artigos marcados para fazer uma bibliografia, em cima um comando para uma televisão apagada, a mão esquerda, uma lupa, uma caneta, uma tesoura, um lápis, cinco ou seis zips, postais, um papel com uma password escrita à pressa, uma carta, um “leitor” com um livro aberto de pedra, água, um telefone silencioso, sem som, um dado viciado, uma pequena estação meteorológica com relógio – dez e cinquenta e cinco, dezanove graus dentro da sala, perto de mim, quinze graus lá ao fundo, lá fora seis ou sete – azul do céu em frente, verde das árvores, vermelho dos telhados, um ecrã com texto, dois olhos, um rato, uma ligação Bluetooth desligada, a mão direita.

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GRANDES NOMES: "GEMIDOS DA ALMA PENITENTE PARA OS PRINCIPIANTES"

uma das (outro grande nome) "Orações Jaculatórias, Ou Setas Espirituais para Atirar ao Céu e Ferir o Coração de Deus" do Padre Manuel Bernardes. Aqui está uma dessas "setas":

"Não entreis, Senhor, em juízo com vosso servo; porque nenhum vivente se justificará diante de vós. De mil cargos que me fizerdes, não poderei responder a um só. Todo me entrego nos braços de vossa misericórdia.

Que maldade há no mundo tão execrável, que eu não esteja pronto para a cometer? Senhor, amarrai com as cadeias de vosso santo temor as fúrias de minha liberdade; porque sou capaz de tornar a crucificar-vos.

Isto me pasma, Senhor: como não respeitei vossa presença! Como não temi vossa indignação! Como me não compadeci de vossas dores! Como pisei vosso Sangue! Como não correspondi a tanto amor! Não pode haver maior cegueira.

Pecaste, alma minha: diz-me, agora, que fruto tiraste do teu pecado? Amaste as criaturas mais que ao Criador: que te ficou rendendo esta desordem? Perda da amizade de Deus, e do direito à sua glória, remorso de consciência, costume de tornar a pecar, escravidão ao demônio, reato da culpa, dívida da pena eterna. Oh, quem dera rios de lágrimas a meus olhos, para lamentar tão grave desgraça!

Vinde, vinde, Senhor, ao meu coração; formai um azorrague das cordas de vosso amor e temor, e lançai daqui todos os maus afetos que profanam a vossa casa.

Rogo-vos, meu Jesus, por aquele primeiro leite que bebeste nos peitos virginais de vossa Mãe Santíssima; e por aquelas sagradas primícias de vosso Sangue, que derramastes na Circuncisão, que não permitais que jamais caia de vossa graça nem esteja um ponto fora dela.

Pequei mais que o número das areias do mar. Porém, Senhor, as vossas misericórdias não têm número. Em vós ponho toda a minha esperança: não padecerei confusão eterna.

Eu a pecar; vós, Senhor, a perdoar-me. Eu a fazer-vos injúrias; vós a fazer-me benefícios. O certo é, Senhor, que cada um obra como quem é. Bendita seja vossa paciência, que tanto me esperou.

Muito agravado estais de mim, e vos sobra razão. Oh, quem para aplacar-vos tivera as lágrimas de uma Madalena, as penitências de uma Egipcíaca, os gemidos de um Agostinho, a compunção de um S. Pedro!

Ah, pecador atrevido e infame! Tu foste o que açoutaste a Jesus, tu o que o coroaste de espinhos; o que lhe lançaste salivas no rosto, o que o pregaste na Cruz. Como te não confundes?
"

Como te não confundes?

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COISAS SIMPLES


Kuzma Petrov-Vodkin

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EARLY MORNING BLOGS 424

Chinoiserie


Ce n’est pas vous, non, madame, que j’aime,
Ni vous non plus, Juliette, ni vous,
Ophélia, ni Béatrix, ni même
Laure la blonde, avec ses grands yeux doux.

Celle que j’aime, à présent, est en Chine;
Elle demeure avec ses vieux parents,
Dans une tour de porcelaine fine,
Au fleuve Jaune, où sont les cormorans.

Elle a des yeux retroussés vers les tempes,
Un pied petit agrave; tenir dans la main,
Le teint plus clair que le cuivre des lampes,
Les ongles longs et rougis de carmin.

Par son treillis elle passe sa tête,
Que l’hirondelle, en volant, vient toucher;
Et, chaque soir, aussi bien qu’un poète,
Chante le saule et la fleur du pêcher.


(Théophile Gautier)

*

Bom dia!

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NUMA CAMPANHA ELEITORAL

não são os comícios que revelam alguma coisa, que não seja o dinheiro que se está disposto a gastar, e a capacidade e o profissionalismo da organização. Só, e só duas coisas são reveladoras: o comportamento da rua urbana, a mais de cinco metros do candidato, e as janelas e varandas das casas nas grandes cidades. Quem já fez campanhas sabe que é aí que se encontra a outra face das sondagens.

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O MAR, A CHUVA AO LONGE,HOJE


(R.)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES / SCRITTI VENETI

"Romance de viagens, de retornos, de atmosferas exóticas: o Médio Oriente, a Palestina e o Egipto, Jerusalém e Milão. Livro de factos e aventuras singulares seguindo sempre a isotopia ou, se se quiser, as andanças de uma Maria oriental vinda a Veneza a partir de Alexandria onde ainda a aguarda, em frustrada espera, o amor congénito de um Ahmed que, na noite anterior, com ela dormira, enquanto o fantasma do mítico Alexandre representava, em sonho, histórias de conquistas orientais. Tudo isto se passa quase na véspera da chegada de Maria a Veneza, onde agora ela se encontra à beira do Canale della Giudecca para obedecer ao chamamento ambíguo, mortal e erótico de uma Flora que a espera no predestinado Hotel des Bains do Lido e que, por ela, procurará a morte nas águas da laguna.
Mitos de Veneza e mitos de mortes em Veneza revisitada em nome de um inconsciente e ambíguo Tadzio e de um envelhecido Gustav Von Aschenbach, perseguidos nas ruas douradas, crepusculares e já atingidas pela cólera, por um escritor que ama Veneza, até mesmo por este literário e refinado odor de morte. E é assim que o último desencontro de Antonioni e Maria, ele num quarto de hotel, em Milão, e ela numa cama distante, em Tel Aviv, parece simular a união ideal dos dois, embora agora a bordo de um sonho de olhos abertos, como se estivessem de novo juntos "sem sabê-lo, numa navegação ao sabor de uma miragem comum". É talvez a metáfora da consciência aqui atingida por Luís Carmelo, nesta sua recordação-homenagem feita de palavras à cidade da sua saudade. Talvez por Veneza ser, como a vida, apenas e sempre um sonho."

(Luciana Stegagno Picchio sobre No Princípio Era Veneza (1990), enviado pelo autor)

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6.2.05


CAMPANHA ELEITORAL ANTIGA


Hogarth (enviado por Artur Magalhães)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: O VOTO DIFÍCIL (2ª série)

Aproveito, ainda que algo desactualizado, para chamar a sua atenção para outra situação relativa ao voto emigrante.

Resido em Moçambique e aqui não temos direito a votar nas eleições para o Parlamento Europeu. Confesso o meu desconhecimento das causas. Será isso devido a legislação específica e proibitiva? Ou a mero esquecimento? Noto que os emigrantes portugueses em países da UE podem votar nos países residentes. E que cidadãos nacionais de outros Estados-membros (ex. Espanha) o podem fazer fora da UE.

Também quanto aos referendos será possível votar? Por exemplo, será política e legalmente legítimo impedir um emigrado de votar no referendo sobre a Constituição Europeia?

(José Pimentel Teixeira)

*

No meu blogue tenho publicado uma série de artigos sobre o voto dos emigrantes e o tratamento reservado aos idadãos nas embaixadas como aquele que publicou no seu blogue da autoria da Cláudia Monteiro. Emigrante em Helsínquia, não tenho, felizmente, muitas razões de queixa da minha embaixada - e eu não tenho por hábito queixar-me daquilo com que vou a contar, um serviço burocrático e lento, ao sabor dos humores dos funcionários. Outros não tiveram tanta sorte e contaram as suas experiências no na mailing list da comunidade, como a minha amiga que esteve à espera, dentro da embaixada durante duas horas para ser atendida. Daí telefonou duas vezes para lhes recordar que ela estava lá dentro à espera. E diz, "no fim apareceu-me um senhor que me disse que não fazia a menor ideia que eu ali estava à espera."

Sobre as eleições, gostaria de ter sido informado sobre a necessidade de recenseamento eleitoral - um acto necessário e que, ao contrário do que eu pensava não é feito redundante pelo registo no consulado. Nas várias visitas que fiz nunca para tal foi alertado, nenhuma das comunicações da embaixada enviadas para minha casa continha tal informação e o website não existe.
Mais, nos 9 dias utéis de que disponha entre a convocação de eleições e o fim do prazo para inscrição para estas eleições (60 dias antes da eleição) era-me impossivel obter toda a documentação necessária para me poder recensear, nomeadamente um novo Bilhete de Identidade deonde constasse a minha morada no estrangeiro. O processo leva meses, quando não anos para concluir.

António Dias


*

Gostaria de poder votar. Infelizmente não posso.
Vivo no estrangeiro e não estou recenseado no posto consular mais próximo.
Bem, até aqui é aceitável, correcto?
O facto é que não estou recenseado porque não me consigo recensear pura e simplesmente...
A embaixada só permite que me registe se me apresentar, presencialmente, com o meu bilhete de identidade, que obviamente tenho (BI, passaporte, carta de condução, etc...), junto com um atestado oficial de residência, passado pelas entidades do país em que me encontro.
O problema é que eles só passarão esse atestado caso eu me registe na segurança social de cá, o que não posso, pois estou a fazer doutoramento e não consigo por ser um cidadão estrangeiro estudante, como tal, "passageiro".
Em virtude disso não me fornecem um atestado de residência.

E, apesar de eu ir fisicamente apresentar-me para me recensear no consulado, tal como fiz há uns anos atrás na junta de freguesia onde residia em Portugal, por alguma razão, os serviços consulares portugueses querem uma prova em como resido na cidade do país onde digo residir, coisa que nunca me foi exigida em Portugal.
Não sei, terão medo, que eu me registe aqui e, de alguma forma, o meu registo em Portugal se mantenha activo, não seja anulado e eu aproveite para votar aqui, apanhar um avião para Portugal, sair do aeroporto e ir a correr muito até à cidade onde residia em Portugal e chegar lá a tempo de votar uma segunda vez?
Será isso? Francamente não sei...
Só sei que gostaria de exercer o meu DIREITO DE VOTO COMO PORTUGUÊS QUE SOU!
E que esse direito me é negado por estar fora de Portugal.
É essa a realidade.

Um amigo meu, espanhol, chegou cá há 3 semanas, registou-se e recenseou-se e já pode votar. Também é estudante. De Erasmus, não de doutoramento, mais passageiro ainda do que eu. Não lhe foi pedido nada mais que a identificação e, obviamente, o direito de votar foi-lhe dado (e, claro, anulado na localidade dele em Espanha).
E, adicionalmente, está devidamente registado na Embaixada Espanhola.
Eu, estou aqui há quase ano e meio e ainda nem sequer me consegui registar na embaixada portuguesa. Se for assaltado e ficar sem documentos, não faço ideia sequer de como provar que sou eu, pois nem registado na embaixada estou... não consigo!
Isto até se poderia olhar com outros olhos, se acontecesse num país remoto tipo Bangladesh ou Mongólia. Mas não.

Eu vivo em Bruxelas, "capital" da União Europeia, há ano e meio, basicamente em situação ilegal (não registado no país de acolhimento, não registado na embaixada portuguesa... quem sou eu senão um ilegal?!).

E sou um estrangeiro para a Bélgica e, pior, um estrangeiro para Portugal (pelo menos no que toca a direitos constitucionais). Esse meu amigo espanhol, porque é que ele é tratado como um Espanhol pleno pelo país dele? Porque eu não tenho o mesmo direito que ele? Porque é que nem sequer sou um Europeu como ele é, já que nem em eleições europeias posso votar? Não devia estar na "Europa"? Não deveria ser facilitado o registo e recenseamento dos Europeus na Europa?

Querem mobilidade por parte dos Europeus mas impôem todos os entraves burocráticos imagináveis à mesma... Querem que os Portugueses não se abstenham de votar, o voto é um dever democrático, dizem os políticos, mas impedem-me de votar. Porque é que o meu amigo Espanhol tem direito a voto e eu não? Porque é que ele só precisa de mostar a cara e o BI, como faria em Espanha, e eu não?

(Ivo Martins)

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INTENDÊNCIA

Continua a actualização dos ESTUDOS SOBRE O COMUNISMO. Estão a ser completadas as bibliografias de 2003 (tinham escapado alguns artigos) e de 2004, assim como as listas biográficas. Algum material fotográfico inédito (ou pouco conhecido) sobre o 18 de Janeiro de 1934 será inserido a seguir.

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: VERIFICAÇÕES, FACTOS E DEBATE

Hugo Filipe aceitou a sugestão de verificar os factos e números citados no debate. Aqui vão duas das verificações:
Estou a ler a transcrição e comecei pelos números das receitas que Santana Lopes citou. Devo dizer-lhe que são verdadeiros. Ver (pág.4, 5...)

Santana: IRC sobe 21% ; IRS sobe 5% ; IVA sobe 6% ; Impostos TOTAL : 33 mil milhões de euros

Facto: IRC sobe 20,7% ; IRS sobe 5% ; IVA sobe 6,3% ; Impostos TOTAL : 33 mil 115 milhões de euros.
*
Santana Lopes afirma que as despesas correntes cresciam ao ritmo de 10% ao ano. Após consultar as contas gerais do estado desde 1995 até 2001, só por uma vez isso aconteceu 1999-2000 onde as despesas cresceram 10,2%, nos outros anos foram semelhantes ou mais baixas do que actualmente.

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AR PURO


H. Thoma

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EARLY MORNING BLOGS 423

Nous n’irons plus au bois

Nous n’irons plus au bois, les lauriers sont coupés.
Les Amours des bassins, les Naïades en groupe
Voient reluire au soleil en cristaux découpés
Les flots silencieux qui coulaient de leur coupe.
Les lauriers sont coupés, et le cerf aux abois
Tressaille au son du cor; nous n’irons plus au bois,
Où des enfants charmants riait la folle troupe
Sous les regards des lys aux pleurs du ciel trempés.
Voici l’herbe qu’on fauche et les lauriers qu’on coupe.
Nous n’irons plus au bois, les lauriers sont coupés.


(Théodore de Banville)

*

Bom dia!

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5.2.05


OUVINDO GIRL CRAZY


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UMA SUGESTÃO

que infelizmente não posso seguir por falta de tempo, mas pode haver quem esteja interessado: como o debate Sócrates - Santana tem o texto disponível podia-se colocar o texto numa coluna e fazer o fact checking na outra para ver se números, afirmações, etc. estão exactos. É talvez o mais útil que sobra fazer depois do debate: saber quem foi rigoroso e honesto no que disse.

Ver META-DEBATE 42.

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INTENDÊNCIA

Em actualização os ESTUDOS SOBRE COMUNISMO.

Actualizadas as notas O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: O VOTO DIFÍCIL, BIBLIOFILIA / SCRITTI VENETI e EARLY MORNING BLOGS 422.

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A LER

O melhor do Expresso por estes dias: as biografias que José Cutileiro faz de gente que é gente. A de hoje é de Jacques Villeret, actor.

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HÁ VIDA DEPOIS DE 20 DE FEVEREIRO (2): ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA

"Se tiver acima disto [dos resultados das europeias], com tudo o que se passou, dizerem que é uma derrota, acho que é interessante."

A colocação como meta eleitoral do PSD de um resultado acima do que é presumido ter sido o das europeias é um absurdo que não pode ser tomado a sério. Aliás foi apresentado contraditoriamente com o objectivo de ganhar as eleições de 2005, na mesma entrevista. Esta maneira de falar que dá para tudo, é habitual. Só daquela voz é que podia vir ao mesmo tempo a intenção de ter mais de 40% e mais de 29% dos votos ao mesmo tempo.Plano pessoal A e plano pessoal B. O que conta verdadeiramente é o B.

A desonestidade intelectual e política é que todos os dirigentes do PSD em Junho de 2004, incluindo Santana Lopes e Durão Barroso, recusaram liminarmente uma interpretação nacional dos resultados das europeias. Não é verdade que Santana Lopes tenha recebido o partido com os resultados das europeias, recebeu-o e terá que prestar contas pelo resultado das legislativas de 2002, um partido no poder a governar, que ele alegremente destruiu em quatro meses. Barroso tem responsabilidades no que aconteceu, mas com ele nunca aconteceria o mesmo.

Acresce que o objectivo que foi prometido e reiteradamente prometido ao partido por Santana Lopes, afirmado no Conselho Nacional, na Comissão Política, em público e em privado, foi sempre uma vitória e uma vitória era (e é) o PSD ganhar as eleições. E também não é ficar o PS sem maioria absoluta, porque isso também é desculpa de mau pagador. Com Santana Lopes e a sua jactância eleitoral, ou ganha ou perde. O resto são já estratégias de sobrevivência de quem se prepara para não assumir qualquer responsabilidade do que se passou e quer enterrar o PSD ainda mais fundo.

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EARLY MORNING BLOGS 422

Nesta viagem e ida,
o que nela navegar
bem se deve contentar
co'a vida.
Nós tomemos bom castigo
co mal que vemos alheo,
e tenhamos gram receio
o mar de tanto perigo.
Nom façamos tal partida!
Antes cavar e roçar,
de conselho contentar
co'a vida.

Por passar tanta tormenta,
tempo, e vida tam forte,
e tam perto ser da morte,
antes nom quero pimenta.
Cá farei minha guarida
em escrever e notar,
e me quero contentar
co'a vida

Brás da Costa, Cancioneiro Geral

*

Bons dias!


*

Poema do "contraditório" desta aurea mediocritas, enviado por S., que me cuida como "não querendo pimenta":
¿Quién muere?

Muere lentamente
quien se transforma en esclavo del hábito, repitiendo todos los días los mismos trayectos, quien no cambia de marca.
No arriesga vestir un color nuevo y no le habla a quien no conoce.
Muere lentamente
quien hace de la televisión su gurú.
Muere lentamente
quien evita una pasión,
quien prefiere el negro sobre blanco
y los puntos sobre las "íes" a un remolino de emociones, justamente las que rescatan el brillo de los ojos, sonrisas de los bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.
Muere lentamente
quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo, quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño, quien no se permite por lo menos una vez en la vida, huir de los consejos sensatos.
Muere lentamente
quien no viaja,
quien no lee,
quien no oye música,
quien no encuentra gracia en si mismo.
Muere lentamente
quien destruye su amor propio,
quien no se deja ayudar.
Muere lentamente,
quien pasa los días quejándose de su mala suerte o de la lluvia incesante.
Muere lentamente,
quien abandona un proyecto antes de iniciarlo, no preguntando de un asunto que desconoce o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.

Evitemos la muerte en suaves cuotas,
recordando siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor que el simple hecho de respirar.
Solamente la ardiente paciencia hará que conquistemos una espléndida felicidad.
(Pablo Neruda)

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VER A NOITE



A névoa reduz as estrelas ao essencial: Sirius, a vermelha Betelgeuse, a azul Rigel no sopé de Orion, as Ursas Maiores todas, as Três-marias de Orion. Depois a variedade de luzeiros dispersos.

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A LER

De David Justino O que tem que ser dito na Quarta República

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: RETORNO AO CÊNTIMO E CENTAVO

Não é totalmente correcta a afirmação do seu leitor Antonio, referindo não existirem denominações populares para o Euro. Aqui pela minha aldeia, sobretudo entre as camadas mais idosas é vulgar a denominação "oiros" em vez de "euros". Curiosamente, também alguns emigrantes falam em "oiros", o que me leva a pensar sobre a forma como se farão entender no país onde trabalham.
Provavelmente não será uma denominação com futuro, mas outras surgirão.
E os "contos" continuam na boca do povo, tal como antes. A única diferença é que 1 conto são 5 euros, em vez de 1000 escudos.

(Carlos Franquinho)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: RETORNO AO ASSESSOR E AO COVEIRO

Penso que existe alguma distorção e algumas incorrecções nas descrições e comentários publicados. Deixo ficar o meu contributo na forma de alguns factos e opiniões.

1º- "Não se trata de um concurso para assessor, mas sim para técnico de 1ª classe" (Jean)

Há aqui um engano. O concurso (interno) é mesmo para assessor (são abertos vários concursos na mesma data).

--- ver DR de 2004-12-06 série II pp. 18250 e segs.
(http://www.dre.pt/pdfgratis2s/2004/12/2S285A0000S00.pdf)

2º - "cujo vencimento anda à roda de 2500 EUR (500 contos)." (José Pó Vinho)

No final da carreira poderá chegar lá perto. O vencimento bruto de assessor, pela tabela de 2005, situa-se entre os €1.934,68, para o início de carreira, e os €2.315,27 para o final de carreira. O vencimento líquido (na maior parte dos casos) ficará abaixo de 300 e 350 contos, respectivamente.

--- ver Portaria 42-A/2005 do DR de 2005-01-17 suplemento I-B
(http://www.dre.pt/pdfgratis/2005/01/011B01.PDF)

3º - "será interessante ver quem é o assessor escolhido" (JPP)

O provimento de assessores só é possível de entre os técnicos superiores principais com pelo menos três anos de serviço com classificação de Bom ou cinco anos de serviço com classificação de Muito Bom. Os detentores de mestrado ou doutoramento (na área
funcional) usufruem de uma redução de 12 meses nos requisitos temporais anteriores. Assim sendo (notar que o concurso é interno), só poderá ser alguém que já esteja na A.P.

--- ver Lei 44/99 no DR 1999-06-11 I-A (que altera do Decreto-Lei
404-A/98 de 18 de Dezembro)

4º - "só precisa de uma cunha e de uma breve conversa...!!" (José Pó Vinho)

Quanto à cunha, fica para o ponto seguinte. Já quanto à conversa: é pública (provas públicas). E assim sendo, quem estiver interessado poderá (e deverá) assistir. O que na prática se verifica é que poderá ser necessário algum trabalho para saber onde e quando ocorrerá essa conversa. Mas quem estiver realmente interessado chegará lá, concerteza. Não se poderá admitir outra coisa.

5º - " Como se pode ver, o critério de selecção está definido e pode ser visto pelos candidatos ao lugar."

Por aqui é que que "a porca torce o rabo". Estão os critérios claramente definidos a priori (antes da candidatura)? Geralmente não.
Alguma engenharia nos critérios (ponderações), protegida por uma cortina de subjectividade de uma discussão / apreciação curricular, pode ser (é) utilizada para afinar o lugar a um candidato.

(Pedro Moreira)


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4.2.05


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES


Rio Mira / Vila Nova de Milfontes/Atlântico/Pôr do Sol (António Lopes)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: O VOTO DIFÍCIL

Eu até gostava de votar, mas não me deixam
Os portugueses residentes no estrangeiro precisam de estar registados com o consulado para votarem. Até aqui tudo bem. O problema é que o registo precisa de ser feito presencialmente, um acto burocrático que está em extinção no resto da Europa. Até aqui tudo mais ou menos. A distância entre mim e o consulado português no Reino Unido são 1000 quilómetros de distância, 10 horas de carro ou pelo menos 30 contos de avião (num dia favorável). Agora isto já começa a soar a uma política de tratamento desigual dos cidadãos. E eu até nem me importava de pagar pelos meus direitos, porque me lembro de ouvir muitas histórias lá em casa sobre como se vivia no tempo em que não havia eleições democráticas.

Mas acontece que o consulado britânico em Londres só atende pessoas que “tiverem marcado entrevistas por fax”. Isto seria de rir se não fosse tão deprimente. O consulado envia depois um fax de volta a comunicar ao cidadão o dia em que concederá a real honra de perder tempo com um português. O consulado português em Londres fica no bairro mais caro da cidade, mesmo em frente ao Harrods, mas não tem fundos para contratar funcionários. O rei vai, portanto, nu. A frustração popular já causou desacatos e intervenção policial à porta do edifício. Eu gostava muito de votar, mas o Estado não está para aí virado. Mais experiências de eleitores expatriados, aqui.

(Claudia Monteiro)

*

Outro caso: Uma familiar proxima ganhou uma bolsa de estudo em Pequim, paga pelo Governo da R.P.C., portanto sem custas para Portugal que se limitou a custear a viagem.
Para votar, a dificuldade na Embaixada de Portugal e tanta que ao contrario dos estudantes de todas as nacionalidades, apenas os portugueses quase nao votam.
Compreende-se!, e muito trabalho: quase 20 cidadaos nacionais, e obra !

o meu pc perdeu os acentos... sera por dizer verdades que caiem os acentos? nas mentiras, creio que eram os dentinhos...

(António Belchior)

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HÁ VIDA DEPOIS DE 20 DE FEVEREIRO (1) : A HONRA PERDIDA DO PSD

Depois de 20 de Fevereiro o único património do PSD, para além da sua história, programa, tradições e militantes, será o facto de ser nítido para os portugueses que muitos evitaram, e alguns denunciaram, qualquer compromisso com as reiteradas incompetências, prepotências, confusões, culto de personalidade, que acabaram por culminar na primeira campanha negativa de um grande partido nacional com pretensões governativas. São conhecidas algumas dessas vozes com relevo no PSD, mas muitas vozes anónimas de militantes de base partilham desse sentimento.

Uma coisa é o PSD, outra esta experiência desastrosa que de social-democrática não tem nada. Tem passado despercebido que Santana Lopes violou a letra e o espírito do programa do PSD, em dois aspectos fundamentais: o culto de personalidade pessoal quase obsessivo (os hinos e os filmes da campanha nada tem a ver com a mensagem social-democrática porque desprovidos de significado num projecto colectivo) e na actual campanha negativa que ultrapassa a natural crítica política a uma governação, para atingir pessoalmente políticos do PS (o que viola o carácter personalista do programa, e a sua afirmação do valor meta-político da dignidade humana).

Foram os militantes que se indignaram, que mantiveram a honra quase perdida de um grande partido português, mostrando que uma coisa é o partido a que pertencem e ajudaram a fazer, outra o curso infeliz da direcção Santana Lopes. É verdade que a sua voz parecia perdida no unanimismo do Congresso, e é verdade que por muitas razões, boas e más, muitos outros consentiram e apoiaram. Mas mesmo esses já começaram a compreender que houve um erro e um erro grave e que o partido se afastou do património político de Sá Carneiro. É verdade que o partido está doente e lhe faltou a força para perceber que Portugal está primeiro e não a manutenção desesperada de meia dúzia de lugares de deputados e de secretários de estado para os dirigentes regionais e nacionais. Depois de 20 de Fevereiro, pouco nos sobrará e haverá quem tente levar o partido a uma divisão que foi sempre desejada por alguns, como o PP.

A ruptura na opinião pública entre o partido, ou pelo menos, parte do partido, e o seu actual Presidente, é a escassa riqueza que vai sobrar depois de 20 de Fevereiro: os portugueses distinguem entre o PSD e Santana Lopes. O PSD pode por isso levantar-se de novo.

(Continua)

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META-DEBATE - CONCLUSÃO

No debate de ontem entre Santana e Sócrates ficou bem patente o vazio que se instalou na política portuguesa. Se era isto que Santana queria, ainda bem que só houve um, sendo de agradecer o gesto de Sócrates, talvez ainda lembrado do desinteresse do Telejornal de Domingo, há não muito tempo atrás.
Depois de um primeiro quarto de hora deprimente, em que os dois candidatos fizeram um concurso sobre quem era o mais atacado na sua vida particular, mostrando-nos a verdadeira via sacra que tem sido o seu percurso, levando aos limites do inaceitável a estratégia da vitimização que é própria de ambos, restou uma discussão pobre, sem ideias, nem convicções.
E a verdade é essa mesma. Como o que os moveu sempre foi a auto promoção e os seus próprios interesses, apoiados na sua imagem, tanto Santana, como Sócrates, só se sentem verdadeiramente motivados e dominadores quando falam do dossier que mais os ocupou na sua vida e percurso político: eles mesmos.
Chegou a ser confrangedor a falta de verdadeiras distinções entre eles. São demasiado iguais, sendo que as fraquezas de um, são as fraquezas de outro, pelo que nunca pôde haver grande contundência nas afirmações.
Valha a verdade que o próprio formato do debate não ajudou, sempre muito rígido, com as perguntas excessivamente formatadas e um ambiente demasiado asséptico. Os entrevistadores pareciam que não estavam lá, demasiado distantes da discussão e pouco interventivos. Pareceu mais uma prova oral entre dois maus alunos, que apenas estudaram para passar e em que o professor deu uma ajudinha, nunca levando as questões muito longe, evitando assuntos que pudessem não ter sido estudados ou que não estivessem nas cábulas.
O debate de ontem mostrou porque é que a RTP decidiu acabar com o programa entre ambos aos Domingos e porque é que Marcelo os batia aos pontos, no mesmo horário, na TVI.

(Pedro Costa Azevedo )

Que grande confusão. E as propostas que aparecem têm um incrível impacto no aumento da despesa. Tão irrealistas, tal como a sua aplicabilidade. Multiplicar-se-ão os estágios sem o reconhecido valor pelas empresas só pelo facto de serem de graça? E o que acontece depois desses estágios? Voltam para o desemprego?

(Luis Couto)

Se não me engano começou com o Dr. Bagão Félix, e pelo menos mais duas pessoas comentaram o seguinte no seu blog:
"...um funcionário público reformado, com tempo completo, custa tanto ao Estado como um no activo..."
"...saem 2 entra 1, que só significa que o Estado deixa de ter encargos com
2 funcionários para passar a ter com 3..."
Gostava só de apontar para um pequeno defeito de raciocínio que leva várias pessoas a pensar que descobriram a pólvora e mais uma proposta demagógica de um candidato:
É que, as pessoas também morrem!
Até pode ser que, com o aumento da longevidade, dos dois que se reformam morrem menos de dois reformados (talvez 1,9 ?), mas dai até pensar que mesmo que se bloqueasse a entrada por completo íamos ter despesa para sempre...

(Pedro Nogueira)

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SCRITTI VENETI: VASCO GRAÇA MOURA

canção de veneza à chuva

minha musa em veneza, ó vaporetta,
cortando a luz de nácar na aqua alta
ondulante dos sonhos, não te falta
um voo de gaivotas que arremeta,
entalado entre a ponte e as fachadas
do rialto, a pousar
nas gôndolas paradas,
nem um ventinho frio a arrepiar
o bando anil dos pombos indolentes,
nem a gente compacta a atravessar
as pranchas, devagar,
como nas procissões de penitentes.

tudo a oscilar aqui. o rosa foi
vermelho, o verde já se esboroou,
no ocre havia amarelo, desbotou
o azul que era mais forte. tudo rói
a humidade dos tempos e trespassa
memórias, inscrições,
o vão de cada praça,
as loggie dos palácios, as prisões,
as torres, os tijolos, as empenas,
as arcadas, os ódios, as paixões,
toadas e canções,
todalas almas grandes e pequenas.

só fica o arco-íris que se vidra
entre quinquilharias e murano,
a abastardar o coração urbano
que a multidão invade como a hidra.
afunda mais veneza a piolheira
a percorrer as ruas
que o tempo que se esgueira
ao sabor das correntes e das luas,
sedimentando em mito o esplendor
da cidade a nascer por entre as puas,
ao rés da espuma, em nuas
geometrias tépidas de cor.

mas as pedras que ao sol prendem a luz,
feitas agora máscaras cinzentas
por onde escorre a pel’ das águas lentas,
diluem-se na tarde que as reduz
ao frágil tremular do fim do dia.
são um espelho gasto
que em sombras embacia
um tempo que devora o próprio rasto.
talvez a noite ao vir depois reúna
ao seu hálito negro esse nefasto
silêncio que é o pasto
dos renques de luzeiros na laguna.

tu, quando as nuvens carregadas vês
na tempestade, e o raio e as casas juntas
que giorgione lá pôs, porque perguntas
quem era essa mulher cuja nudez
segura um filho ao colo e lhe dá leite
aquém da trovoada
e da cidade? eu sei-te
dizer apenas: não se sabe nada
do como, onde e porquê dessas figuras
de uma estranha presença indecifrada.
a chave não é dada
e apenas se pressentem desventuras.

canção, que a vaporetta a mim me leve
em seu contentamento.
veneza, à chuva, ao vento,
para já a afundar-se não se atreve.
o sol há-de voltar. por isso escreve.

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BIBLIOFILIA / SCRITTI VENETI

Venises de Paul Morand, um dos mais belos livros sobre Veneza. A ler em tempos de temperatura rigida.

Dois fragmentos:

Je repris le chemin de Venise. Venise n'est que le fil d'un discours interrompu par de longs silences, où, de temps a autre, divers pays l'emportent, comme ils m'ont emporté : vingt-cinq années en Suisse, dix années a Tanger ou en Espagne, huit années en Angleterre; sans parler de Paris.
Barrès écrivait : "Cette image de mon être et cette image de l'être de Venise concordent en de nombreux points." Pour exprimer cela, mes titres sont moins grands, mais le temps que j'ai donné a Venise me permet de reprendre la phrase a mon compte. C'est surtout a travers mon passé que Venise, ainsi que Paris, fluctue sans couler.


*

1969

Venise d'automne, épouillée des touristes (sauf des hippies, bouddhas incurieux, indelogeables), avec ses monuments houssés de coton, grillagés de pluie; c'est la moins frivole. Venise de printemps, quand son pavement commence a suer et que le Campanile se reflète dans le lac de la place Saint-Marc. Venise d'hiver, celle de la temperatura rigida, du congelamento, lorsque les vigiles du feu surveillent les feux de cheminée, du haut des clochers, et que les loups descendent des Dolomites. Quant à la Venise d'été, c'est la pire...


*
Há trinta e quatro anos foi uma das minhas bóias nas matas de Cabinda. A edição era a da nrf e comprei-o em Luanda antes de seguir para a 'guerra'; mas nunca pensei que P. Morand o entusiasmasse tendo sido quem foi. E os taxis de Roger Nimier será que virão a seguir ?
(J. Mineiro)

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OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: SATURNO QUENTINHO



- Mãe por que é que Saturno está tão quentinho?

- Mas Saturno é muito frio.

- Mas porque razão tem o pólo sul tão quentinho?

- E por que é que tu falas com tantos diminutivos?

- Gente pequena fala pequenino. E Saturno tem aquele polo sul a brilhar de quente...É o Yang e o Yin? O Yang no Yin ou ao contrário?

- O quê? Já te disse para não leres esses livros. Não são para meninos. Vai à Internet. Está lá tudo.

- Diz-me tu.

- Não digo para não ficares preguiçoso.

- Assim digo mais diminutivos...

- ... e eu não ouço diminutivos.

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OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: BANG! EM MARTE OU T. S. ELIOT AO CONTRÁRIO



This is the way the world ends
This is the way the world ends
This is the way the world ends
Not with a whimper but a bang.

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META-DEBATE 52

Ainda estão a chegar mais contribuições dos leitores comentando o debate. Uma recolha das que levantam aspectos novos serão colocadas ainda hoje. Depois passa-se à frente.

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EARLY MORNING BLOGS 421

Halcón que se atreve
con garza guerrera,
peligros espera.

Halcón que se vuela
con garza a porfía
cazarla quería
y no la recela.
Mas quien no se vela
de garza guerrera,
peligros espera.

La caza de amor
es de altanería:
trabajos de día,
de noche dolor.
Halcón cazador
con garza tan fiera,
peligros espera.


(Gil Vicente)

*

Bom dia!

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3.2.05


AR PURO


Gainsborough

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META-DEBATE 51

Por agora chega.

Agora só vale a pena voltar ao debate para acrescentar alguma coisa.

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META-DEBATE 50

Quem sente que perde (não estou a dizer que perde) investe nos telefonemas para estas falsas sondagens cujo único objectivo é a cadeia televisiva que os patrocina ganhar dinheiro. O estado de necessidade aguça o engenho.

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META-DEBATE 49

O Abrupto vai a caminho de mais de 18000 "pageviews", com um pico durante o debate, chegando a ter quase trezentas pessoas ao mesmo tempo em linha e quase 4000 numa hora. Muitos leitores fora de Portugal acompanharam o debate pelo Abrupto. Fico contente por este resultado, porque a experiência era inédita na blogosfera portuguesa (com a tentativa anterior da chegada da Huygens a Titã). Resultou por mérito dos leitores do Abrupto e da sua colaboração.

Agradeço a todos as felicitações enviadas.

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META-DEBATE 48

Será que alguém se dá conta de que a avaliação dos estados de espírito feita a partir de indícios posturais e faciais é tão falível e que é o terreno mais fértil para a expressão de afiliações (já convencidos), para a bazófia (excesso de confiança) e o enviesamento do falso consenso (pensar que a maioria pensa como pensa o próprio que enuncia a avaliação), ambas distorções da capacidade de avaliação? Exemplos? Vide o debate que decorre no pós-debate na Sic Notícias: os pontos extremos são Luís Delgado e António José Teixeira, os restantes correspondem a posições degragées que se colocam no meio curso e que, assim, parecem mais imparciais.

(Miguel Oliveira)

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META-DEBATE 47 - BALANÇOS (2º SÉRIE)

O debate foi fraco, muito fraco. Que coisa mais artificial (formato incluído). Novidade zero, chama nenhuma.Refiro-me ao espectáculo, claro. Porque quanto à avaliação dos candidatos, estamos conversados.
Se bastasse saber argumentar para governar bem, o Eng.º Guterres nunca teria abandonado o barco. Ainda assim, diga-se que Sócrates, foi apenas igual a si próprio. Santana, nem isso...

(Américo de Sousa)

*

Depois de ver o debate, e na sequência de alguma coisa que escrevi em outro espaço (blog Alhos Vedros ao Poder) acerca da polémica em torno do papel da Igreja e outros grupos de pressão na sociedade, vi Sócrates e Santana a uma outra luz, que já entrevira mas não de forma tão nítida.
Sócrates é claramente o testa-de-ferro de uma importante federação de interesses e grupos de pressão que se viram ameaçados por um Santana que é notoriamente um atirador furtivo, sem tropas de qualidade suficientes para o secundar e sem a almofada de nenhum dos mais fortes daqueles grupos a proteger-lhe a rectaguarda.
Batido como Primeiro-Ministro, batido no próprio debate, Santana vai acabar mais só do que nunca quando o PSD não encontrar nada nele, nem o potencial líder carismático capaz de ultrapassar o desalinhamento em relação aos interesses, mobilizando o eleitorado.
Santana já sabe que vai perder e que, desta vez, nada o vai salvar. Do outro lado, não está um sobranceiro e mal-preparado João Soares como nas eleições para a Câmara de Lisboa.
Sócrates não é um outro Santana, como o acusaram. É um político cerebral e mecânico, que soube tocar em pontos sensíveis ao centro e esquerda (como sublinhou Luís Osório ao intervalo na Dois) ao longo do debate, com o objectivo de não alienar nenhuma franja do seu eleitorado potencial.
Paulo Portas também já sabe que Santana vai perder e tenta, a todo o custo, ganhar com isso deslocando indecisos do centro para a direita, sublinhando com clareza a diferença do seu comportamento em relação aos últimos líderes do PSD - um Durão que foi à sua vida e um Santana que não sabe da dele. Toda a sua campanha, incluindo um piscar de olho aos socialistas em questões "estruturantes", destina-se a sublinhar uma postura merecedora de algum poder.
Por tudo isto e por momentos, tive pena de Santana.
Pensou que pudesse escapar sem o beneplácito dos "poderosos".
Se é verdade que ele se mostrou claramente incompetente como Primeiro-Ministro, incapaz de mobilizar no seu partido uma massa crítica capaz, também não deixa de ser verdade que todos os ajudaram a mostrar o pior de si mesmo: a impreparação, acrença no golpe de asa à última da hora. O último prego no seu caixão foi a tentação de se mostrar moderno ao abrir a porta ao debate de questões como a eutanásia e a clonagem. A desorientação que demonstra é natural em quem vê o chão fugir-lhe debaixo dos pés e não vê qualquer hipótese de futuro.
Por estranho que pareça, ou talvez não, poderá ter sido efectivamente a sua não dependência em relação a alguns "poderes" que o condenou.
Mas, não sei se percebeu que esses poderes não foram propriamente os da Banca, dos Senhorios ou outros que vislumbramos a olho nu.
Se calhar, bem no fundo, ele acabou por não ser condenado pelas razões justas, nem por aquelas que à primeira vista parecem.
Será que ele já o percebeu ?

(Paulo G.)

*

Dois candidatos na defensiva só poderiam proporcionar um debate, no mínimo, desinteressante. Mesmo quando, aparentemente, atacavam, foi nítido que o objectivo era a defesa daquilo que já sabiam que o oponente iria dizer na primeira oportunidade. Tudo muito previsível. Ambos sabiam que o outro sabia que eles sabiam a questão que se seguia. Não foi umdebate: foi revisão de matéria dada!

(Jorge Santos)

*

Ao analisar apenas do ponto vista eleitoral quem apresentou propostas que mais seduzem, no geral acho que houve um empate, porque ninguém aprofundou os temas sensíveis, embora tenham dado pistas.José Sócrates arrancou melhor. Tinha tudo a seu favor. A forma como está a ser feita a campanha do PSD, os boatos que em nada dignificam a vida política e uma confortável vantagem nas sondagens. Mas cedo começou a perder terreno. Teve constantemente a vincar a ideia do crescimento económico, do emprego, das finanças públicas e do plano tecnológico, mas como são áreas em que a responsabilidade socialista do fracasso é deveras superior à da coligação foi perdendo confiança ao longo do debate e transmitiu muita irritação quando foram sucessivamente refutadas e apontados caminhos de futuro. Santana Lopes desmontou o plano tecnológico ao dizer o que já está a ser feito actualmente e não como uma miragem de futuro, assim como, o conhecimento que demonstrou ter das diversas pastas, como a imagem calma e segura que transmitiu, surpreendeu-me pela positiva, porque não tinha sido assim até aqui. Até as chamadas questões da modernidade, embora o seu nome seja discutível, que normalmente são caras à esquerda, foram abordadas com muito maior naturalidade e frontalidade por Santana Lopes.

Pela irritação e incómodo que sentiu, pela falta de credibilidade que tem para apontar soluções nos temas que colocou no centro da sua agenda, por não ter conseguido discutir o passado, por se comprometer muito pouco, José Sócrates perdeu o debate mais por demérito próprio do que por mérito de Santana Lopes.

(Roberto Reis)

*

O que os comentários mostram é que ninguém vai mudar o seu voto depois de ouvir o debate de hoje entre um socialista convicto JS e um socialista envergonhado PSL. E já agora o que dizer da promessa de colocar 1.000 jovens licenciados nas PME ? Se os patrões os quisessem não os teriam já ido buscar ? O PS sabe mais de empresas que os próprios donos ? Nem o BE se lembraria de tamanha aldrabice.PSL não soube aproveitar os erros do adversário " escutas telefónicas às mulheres que abortam !!!" e o "saem 2 entra 1" que só significa que o Estado deixa de ter encargos com 2 funcionários para passar a ter com 3. Estamos todos anestesiados, até o Dr Pacheco Pereira que só realça os erros de PSL.

(Jorge Bento)

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META-DEBATE 46 - BALANÇOS

PSL esteve melhor na primeira parte. JS mais calmo na segunda, mas sem dominar. No "final statement", JS pareceu melhor que PSL. Durante o debate os dois tiveram tendencia a resvalar para o populismo, mas estou em crer que o formato favoreceu JS, mantendo o PSL com "redea curta". Teria sido melhor se os candidatos tivessem mais tempo para expor as suas ideias e debater entre eles. Nao me parece que tenha havido um vencedor.

Andre Faria

*

Muito pouco. Educação nada, formação nada, saúde nada.
As perguntas formuladas não ajudaram, foram todas evidentes, permitindo aos intervenientes "debitar" as lições relativamente bem estudadas.
Não sei se há perdedor. Na minha opinião, vencedor não há.

(Maria Manuel)

*

A única elevação do debate foi o décor do estúdio e a solenidade dos jornalistas da SIC. Está tudo criado para o debate mas faltam as regras da disputatio e sobretudo os antagonistas (ainda assim, menos mal PSL do JS). Será que salvando a prosódia tão má, tão má de Sócrates ganhávamos um adversário?! Parecia tão simples "dominar" PSL, e no entanto..... Mas que penoso o tom popularucho de PSL "falando pro povo"!!

(Paula Lopes)

*

PSL não se safou da falta de credibilidade e foi mais retórico, parece mesmo viver noutro país quando afirmou que o pais está muito bem, que está melhor, diz que tem um sonho mas para o país é um pesadelo, insiste que ninguém põe em causa as decisões deste governo JS não aproveitou as fragilidades da coligação PSD/CDS, foi em geral mais positivo e construtivo

(antonio)

*

O argumento de que são os mesmos do PS a voltarem ao Governo é muito forte.
Penso que as pessoas se lembram dos últimos anos do Governo Guterreres.
O argumento dos últimos meses de Governo também é muito forte. Ninguém gostaria de voltar a ver coisas que se passaram no XVI Governo Constitucional.
Empate? Penso que não. Vantagem, ainda que ligeira (e com efeitos
discutíveis) de PSL.

(Rui Esperança)

*

Em relação ao debate acho que quem ganha é Paulo Portas, por incrível que pareça.

Fica-se com a sensação que se ele lá estivesse tinha dizimado dois candidatos a Primeiro-Ministro que com condições similares ao modelo de debates das eleições americanas nada conseguiram explicar com um mínimo de profundidade e clareza.

Demonstra que o deficit de produtividade abrange igual e claramente os actuais lideres políticos, até um simples debate serve para observar a diferença de capacidade e preparação dos políticos portugueses, em comparação com a performance de pseudo inculto-mentecaptos como George Bush.

Um abraço da Irlanda,

(Ricardo Carvalho)

*

Sobre o formato do debate:

- muitas questões importantes ficaram por abordar (a política Europeia, o real significado dos choques "tecnológico" e de gestão), enquanto uma importância despropositada foi atribuída a aspectos relativamente secundários (a campanha e os boatos e as "questões fracturantes")

- há uma tendência por parte dos candidatos para "debitar a lição", dando pouca visbilidade à capacidade argumentativa e ao efectivo domínio dos "dossiers" por parte dos candidatos

- embora as questões formuladas pelos jornalistas fossem relativamente concretas, contribuiram para isolar artificialmente a questão do contexto mais geral (crise orçamental e pacto de estabilidade, emprego e sustentabilidade do modelo económico, etc.)

- este formato tem a virtude de delimitar as derivas retóricas garantindo uma cobertura mais homogénea dos vários temas, mas às vezes fica-se com a sensação de que as questões são apenas afloradas (os jornalistas nem sempre aprofundaram suficientemente as questões durante o contraditório)

- seria útil dispôr entre o painel de jornalistas de alguém que estivesse mais atento às imprecisões, erros e omissões (deliberadas ou acidentais) dos candidatos.

Há virtudes que merecem ser desenvolvidas e melhorias que podem / devem ser introduzidas. Todavia, considero que as vantagens superam os inconvenientes.

Uma nota final para dizer que felizmente existe a TSF, de outra forma teria sido impossível seguir (oralmente o debate). Pergunto-me se a RTP vai colocar a versão vídeo no site. Lamentávelmente os vídeos da SIC só estão disponíveis aos assinantes do SAPO (localizados forçosamente em Portugal). Mais uma demonstração da real ausência de regulação independente em Portugal (reféns dos dos interresses instalados e em particular da PT)

(Carlos Oliveira, Londres)

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META-DEBATE 45

A maior desilusão foram os entrevistadores. De PSL e JS não se esperaria mais do que isto, mas de comentadores/entrevistadores como JGF, MFP e, principalmente, RC seria de esperar mto mais. Penso que foram vítimas do formato que constituiu um colete de forças, mais para eles do que para a dupla JS/PSL, onde se sentiam manifestamente pouco à vontade.

(JC)

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META-DEBATE 44

Estão a chegar ao Abrupto dezenas de mensagens, e centenas de leitores estão em linha, de vários países da Europa, das Américas e de Macau. Vou reler o correio, ver o que é relevante e colocar alguns balanços enviados.

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META-DEBATE 43

Boa resposta de JS ao tentar afastar do debate as chamadas "questões fracturantes" e denunciar a estratégia de PSL. Alás a contra-réplica de PSL é mal estruturada. Todavia, de modo geral PSL apresenta um discurso mais fluente. JS tem um discurso demasiado plástico ("debita a lição") denunciando algumas dificuldades não só na organização do discurso (falta de espontaniedade, excesso de repetições) como na articulação vocal.

(Carlos Oliveira)

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META-DEBATE 42

A verdade está à vista: um debate envergonhado, talvez propositadamente escurecido e baço no que respeita a cenário, para combinar com os dois "líderes", frases feitas e decoradas com afinco para perguntas previsíveis e repetitivas, soluções solúveis e vagas para problemas sólidos e reais, o reflexo de uma campanha amorfa de conteúdo e "rica" de teatralidade. A dura realidade de dois partidos, cujas faces visíveis convergem na falta de carisma, ideias e capacidades.

(José Barata)

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META-DEBATE 42

Precisamos muito de uma coisa como o FactCheck.org.
Não só era útil ter uma organização independente que verificasse e, sendo caso disso, desmentisse os factos alegados pelos candidatos, como talvez fosse uma maneira de fazer a universidade prestar um serviço ao público e deixar de contemplar o umbigo.

(PVS)

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META-DEBATE 41

A declaração final de PSL foi um desastre. A de JS melhor preparada, menos dispersa e reactiva.

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Pelo contrário, a intervenção final de JS foi completamente de plástico!
A de PSL foi mais bem preparada e propositadamente dispersa, para aparentar expontaneidade...
(Jorge Nuno Silva)

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META-DEBATE 40

O Primeiro Ministro José Sócrates parece muito mais à vontade do que o Líder da oposição Pedro Santana Lopes...

(Alvaro Martins)

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META-DEBATE 39

Penso que fica a ideia de que, com outros protagonistas, o PSD poderia ganhar estas eleições por KO. Ou então com os mesmos protagonistas mas com mais (muitos mais) debates televisivos.
Mas este modelo de debate, verdadeiramente, não dá para atestar nada. Nem sequer para fazer juízos posteriores sobre as promessas feitas. Fica pouco na memória das pessoas por causa do pouco tempo e do ritmo de "parada-resposta".

(Rui Esperança)


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META-DEBATE 38

J. Socrates apesar de hirto a dominar os dossiers. Em relação à Segurança Social não teve tempo de explicar que o plafond não é uma certeza. è uma hipótese de trabalho já muito contestada. Estes debates pecam por ser curtos e não deixarem explicar as questões ao fundo para as pessoas perceberenm quão complexas são os temas dos quais dependem a sua qualiudade de vida.

Acabo com um comentário aos comentaristas. São demasiado supérfulos e dizem fait-divers.

É pena, compete-lhes também a eles estudar mais.

(Maria das dores ribeiro)

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META-DEBATE 37

Com a oportunidade do debate ser televisionado em dois canais simultaneamente, como é que ninguém se lembrou de em pelo menos um, se fazer uma tradução para deficientes auditivos?

(João Nabais Antunes)

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O debate está a ser traduzido em linguagem gestual na 2:

(SARA Caixinhas)

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META-DEBATE 36

Até agora só concluo que são ambos bons oradores.

Quanto ao conteúdo só me apercebo que ambos fogem a questionar as promessas do outro, tendem a "aumentar" a parada. Indo por outro caminho... óbvio, mas é pena que nenhum encare a verdadeira situação do país.

(Luis Vaz de Carvalho)

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META-DEBATE 35

O Engº Sócrates "esquece-se" de esclarecer um "pormenor": um funcionário público reformado, com tempo completo, custa tanto ao Estado como um no activo.

(Maria Manuel)

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META-DEBATE 34

Os simpatizantes do PPD/PSD comentam que PSL é bom e os do PS acham que JS é o melhor: Como no Sporting e no Benfica.
Viva as cabeças em formato de bola.

(Manuel Ferreira)

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META-DEBATE 33

Parece um jogo de ténis entre amadores, a ver se o adversário falha a bola primeiro, para marcar pontos. Lento, lento, lento...
PSL saíu-se mal na fiscalidade. A economia não permite boas perspectivas de receita. O jogo dos números dos impostos cobrados não convence.
Falta de réplica de JS.
Esperava melhor. Dos dois.

(João Paulo Martins)

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META-DEBATE 32

PSL esforca-se por citar numeros e passar uma imagem de competencia; parece calmo. Se nao conhecessemos os ultimos quatro meses, talvez nos deixassemos enganar... Socrates parece tenso e pouco a vontade, por vezes soando agressivo. Nem parece que leva mais de dez pontos de avanco nas sondagens.

Andre Faria (debate seguido via radio online)

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META-DEBATE 31

JS saltou logo da cadeira e afastou-se de Santana.

(José Alegre)

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META-DEBATE 30

PSL sobre as matérias "morais" revela como elas foram coladas à última hora para justificar a questão do "casamento dos homossexuais". Ignora o muito que já está decidido e o trabalho já realizado na Assembleia.


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META-DEBATE 29

O que está a acontecer com o seu blog é fantástico, os portugueses mostram um grande pessimismo em relação ao futuro, mas este baseia-se em inovação e boas ideias, e nesta área não temos de ter complexos, é na realidade impressionante o que está a acontecer "online" mundialmente com cerca de 180 utilizadores espalhados pelos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Moçambique (!), Macau, e pela Europa quase toda, é único !

Creio que temos de ter grande confiança relativamente ao futuro.

O debate tem sido elevado e não fica atrás dos debates Presidenciais nos Estados Unidos, os 2 candidatos a PM mostram um bom conhecimento dos assuntos o que revela tb uma evolução significativa em relação ao passado.

(Rui Martins)

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META-DEBATE 28

A “entourage” do PSD tinha razão numa coisa: Eram precisos mais debates.

(José Mesquita)

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META-DEBATE 27

JS tem um discurso mais claro, directo, frontal, combativo. Negativo: a tensão da voz e no discurso

PSL mais defensivo, com um discurso menos linear. Alguns apartes para destabilizar o adversário e mais à vontade com as câmaras.

(José Mesquita)

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META-DEBATE 25

Pormenor FULCRAL relativamente à questão do princípio genérico "por cada dois funcionários públicos que se reformam, só entra um": as necessárias reestruturações implicitas para tornar este princípio sustentável, poderão ser feitas em tempo útil?

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JS escuda-se em mais estudos para não ter que anunciar medidas impopulares relativamente à questão da (in)sustentabilidade da Segurança Social.
PSL assume claramente medidas impopulares relativamente à mesma questão...

(Helder Alves)

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META-DEBATE 26

Tenho a certeza que há partes do debate, na parte económica, em que nenhum dos dois ouviu o outro.

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META-DEBATE 23

Não sei se lhe passou despercebido, mas PSL cometeu um erro ao falar sobre as receitas fiscais e despesa pública.

As receitas fiscais de 2004 -- 33000 milhões de Euros -- não são ca. 1/3 da despesa pública, como disse PSL, mas metade. Segundo estimativa do relatório do orçamento de Estado para 2005, a despesa pública total é de ca. 67000 milhões de euros (47,2% do PIB).

Como confiar num Primeiro-Ministro que não conhece com precisão o valor da despesa quando a estabilização das finaças públicas devia ser a prioridade do Governo? E como confiar num candidato a Primeiro Ministro que não o corrige de imediato?

(FS)

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META-DEBATE 23

O debate do stress. O modelo achado para o debate não leva a lado nenhum..
Não sei se ainda haverá muita gente a ver-ouvir

E agora finalmente não houve réplica ...

(JCPereira)

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META-DEBATE 22

PSL defende o principio de “não tocar nos direitos adquiridos”. Fica-lhe bem, mas talvez já não vá a tempo de (re)ganhar os votos dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos.

(Pedro Martins)

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META-DEBATE 21

PSL não se saiu mal da questão do aumento das pensões. JS parece, por vezes, não ter argumentos para contrapor o seu adversário.
No que diz respeito à função pública, o que se esperava: nenhum dos dois, apesar das várias teses apresentadas, parece ter uma solução ou proposta viável para um ds maiores poblemas do país.

(Helder Beja)

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META-DEBATE 20

Debate: PSL a surpreender pela positiva: mostra estar melhor preparado e, sobretudo, adaptar-se muito melhor a este tipo de debates. É mais "real".
JS: plastificado. Parece pouco à vontade. Menos experiência.
A ver vamos se ainda muda.

(Rui Esperança)

Se PSL se agita mais um bocadinho lá se vão os auxiliares de memória que lhe prepararam...

(João Paulo Martins)



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META-DEBATE 19

A discussão sobre a segurança social foi boa, e menos adversarial do que parece.

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META-DEBATE 18

Quem os viu e quem os vê. Na RTP1 a sintonia era mais usual. O quanto divergem agora...

(Fernando Gonçalves)

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META-DEBATE 17

As perguntas do editor de economia da SIC são muito bem formuladas. PSL responde-lhes bem, mostrando ter-se preparado.

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As perguntas do editor de economia da SIC são muito bem formuladas. PSL responde-lhes bem, mostrando ter-se preparado.
este comentário é bem a prova de que não é nada disso que se espera habitualmente de PSL
(antonio)

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META-DEBATE 16

Estas "propostas" referentes à pobreza dos "idosos" é uma clara mudança relativamente à politica do rendimento minimo, e destinada a ocupar um "nicho" que o drº Paulo Portas ocupou à una anos atrás.

(Pedro Jorge)

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META-DEBATE 28

Crise, Qual crise?
Ambos esperam que a economia cresça para financiar o aumento do Estado.
Perguntados se cortavam serviços ou não aumentavam a função pública, ignoraram a primeira e juraram aumentar a função pública. Mas prometem aumentar pensões aos pobres, pagar estágios profissionais, etc, etc...
Estes ainda não se aperceberam do tsunami.

(António Alvim)



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META-DEBATE 14

JS vai com o discurso demasiado decorado e mostra por vezes dificuldades em adaptar a agulha aos argumentos de PSL. demonstra ser demasiado plástico

PSL não se conseguiu desenrascar do problema do "colo".

e viva a rádio online, pois sem ela não ouvia o debate.

Abraços desde Bona,

(Gonçalo)

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META-DEBATE 15

Nunca tinha reparado nisto até hoje, mas creio que a voz de Santana Lopes passa mal quando interessa mesmo ouvir o que ele está a dizer. Fala de uma forma monocórdica, sem picos de entoação (muito parecido com o do António José Seguro - será das escolas das juventudes partidárias?), como se tivesse a boca cheia de berlindes. Parece contentar-se com o tom de voz e esquecer a melodia. Sócrates está um bocadinho melhor nesse aspecto e introduziu um elemento de indignação, que se nota mesmo quando o ruído da sala abafa o que diz.

(António Ferreira)

No discurso socrático saiem bolhas de ar que lhe roubam as sílabas.

(Paula Lopes)

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META-DEBATE 12

JS diz que todos ouviram o que PSL disse em Braga.

O problema é que ninguém (Portugueses) ouviu as alegadas declarações relativa aos "colos". O que de resto acho estranhíssimo dada a cobertura mediática da campanha.
O que tivemos foi um artigo/novela e a partir daí... Todos os meios de comunicação social replicam essas palavras.
Parece-me que PSL se defendeu muito bem dos ataques de JS. (muito melhor do que estava à espera)

(Helder Alves)

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